Brincadeiras antigas | 5 atividades para ensinar aos filhos

Brincadeiras antigas | 5 atividades para ensinar aos filhos
Quantas bolinhas de gude você já ganhou no campeonato do seu bairro? E as disputadas cartinhas que você conseguiu virar no desafio de "bafo" da escola? Esconde-esconde, cinco marias, jogos de mãos e cantigas de roda são algumas das brincadeiras antigas que rechearam as infâncias de bons momentos entre os colegas de turma, os amigos da rua, primos e famílias inteiras.

Ainda quando brincadeira de criança era sinônimo de rua e calçada, qualquer simples objeto ou enredo cotidiano era suficiente para a criação de um novo passatempo. Por isso, para brincar não há certo e errado, uma vez que as brincadeiras tradicionais têm origens diversas e foram sendo adaptadas ao longo do tempo.

Felizmente não há computador, celular ou qualquer jogo digital que façam elas desaparecerem. Preparamos uma lista com as brincadeiras antigas mais divertidas para você relembrar, ensinar aos pequenos e criar bons momentos em família, seja dentro ou fora de casa, e com certeza longe das telas. Tá preparado para a nostalgia?!

1. Amarelinha

Uma pedra e um giz para riscar o chão ou um graveto para marcar a terra. É tudo o que você vai precisar para iniciar esta brincadeira. Ocupando o primeiro lugar da nossa lista, a amarelinha é uma das brincadeiras tradicionais mais antigas de que se tem notícia, talvez devido a sua praticidade. Há referências a esta brincadeira entre os Romanos na Antiguidade, e foi amplamente praticada na baixa idade média, entre os séculos XI e XVI. Amarelinha ganhou o mundo com diferentes formatos e nomes. No Brasil, por exemplo, é também popularmente conhecida como "Avião" nas regiões de Alagoas e Rio Grande do Norte. Já em Portugal o termo "Macaca" é usado para se referir à brincadeira.

Há muitos formatos de amarelinha, porém a maneira mais tradicional de brincar consiste em desenhar uma sequência numérica de 1 a 10 no chão e, logo após o último número, escrever a palavra "céu". O participante lança uma pedra nos números e tem o objetivo de pular um por um (em um pé só), chegando até o final do percurso sem se desequilibrar, pisar fora da área do número ou em suas linhas. A cada rodada a pedra é recolhida e um novo número se torna o alvo, até chegar ao "céu".



Na série documental "Auê", crianças de uma escola da Ilha Rasa, em Guaraqueçaba (PR), se divertem com esta brincadeira tradicional, passada de geração em geração.


2. Bater carta / Jogo do bafo

Bafo, bater cartinha, bafão… são várias as nomenclaturas para este tradicional jogo. A origem desta atividade se confunde com a própria origem dos jogos de cartas e dos baralhos, que data de no mínimo a mais de onze séculos atrás, na China. No Brasil, com a popularização de diferentes cartas e baralhos especiais, ligados muitas vezes a desenhos animados e seus personagens, a atividade de bater carta se difundiu principalmente nos intervalos escolares e se mantém viva até hoje.

No jogo, dois ou mais participantes apostam um determinado número de cartas, agrupam elas ao centro da roda e sorteiam a ordem de quem deve iniciar. Os jogadores devem bater com a palma da mão nas cartas, para que elas virem. Cada carta virada é uma nova unidade para a coleção. O jogo continua até que todas as cartas sejam viradas.

Na Escola Municipal CEI Carlos Drummond de Andrade, em Curitiba (PR), por exemplo, os alunos mostram as diferentes técnicas e modalidades desta antiga brincadeira:


3. Jogo 5 Marias

Também conhecido como pipoquinha, cinco pedras ou cinco saquinhos, o jogo cinco marias é uma brincadeira antiga que se originou na Grécia. Inicialmente a atividade tinha o objetivo de consultar os deuses e tirar a sorte com ossos de carneiro. Com o tempo, o jogo se popularizou e pedrinhas ou saquinhos de tecido recheados com areia/sementes passaram a ser utilizados.

Podendo ser jogado por uma ou mais pessoas, cinco marias tem diferentes formas de se brincar. A mais tradicional delas se inicia com todos os saquinhos em uma superfície plana (no chão, por exemplo), o jogador pega um deles, joga para o alto e ao mesmo tempo pega outro no chão sem encostar nos demais, antes que o anterior caia. E assim o jogo segue, porém agora com dois saquinhos, depois três, quatro… o jogador vai repetindo o processo até que não reste mais nenhum no chão.

Bico de pato, tira pontos, mão cheia, tesourinha, golzinho são outras formas de brincar. Dá uma espiada em como essas crianças brincam:


4. Ciranda cirandinha

As cantigas de roda são manifestações populares muito importantes para o Brasil e estão presentes no mundo todo por serem brincadeiras acessíveis. Registros revelam que desde a idade média, na Europa do século XI, homens e mulheres dançavam em círculos e de mãos dadas pelas ruas das cidades. A tradição cruzou o oceano e foi trazidas ao nosso país junto com a colonização. A ilha de Itamaracá, no estado de Pernambuco, foi o principal celeiro das cirandas brasileiras. Acompanhadas de instrumentos característicos, as músicas utilizadas nas cirandas são adaptadas de acordo com o costume de cada região.

"Ciranda cirandinha" é uma das brincadeiras antigas mais populares e está presente em todas as regiões do Brasil, especialmente nas cidades interioranas. As crianças de Pinhão (PR) exercitam esta arte dentro da escola, confira: 


5. Bolinha de gude

A origem da bolinha de gude não é um consenso entre os historiadores, mas registros sugerem que esta brincadeira é bastante antiga. O objeto foi encontrado pela primeira vez em túmulos egípcios de 3.000 a.C e também há o indício desta brincadeira no Império RomanoPara começar, desenhe um triângulo no chão e posicione as bolinhas em cada vértice, também podem ser colocadas mais bolinhas dentro e em cima das linhas dependendo da quantidade de jogadores. Afaste-se do triângulo e faça uma linha reta no chão que marcará a distância de onde os competidores farão suas jogadas iniciais. Um a um, lance a bolinha em direção ao triângulo, a ordem será definida pela proximidade em que as bolinhas pararem em relação ao alvo.

O jogo continua, agora mirando nas bolinhas. O objetivo é lançá-las para fora do triângulo, se isso acontecer o competidor fica com aquela que foi atingida. O jogador passa a vez se seu lance não acertar nenhuma búlica. Se a bolinha parar dentro do triângulo, o jogador fica "preso" e só poderá jogar novamente na rodada seguinte. O jogo termina quando todas forem eliminadas. 

Assim como em toda brincadeira antiga, cada região do nosso país tem suas próprias regras e formatos para brincar de bolinha de gude. Em Quedas do Iguaçu (PR), as crianças da Escola Itinerante Vagner Lopes nos apresentam a sua forma de brincar:


Bônus: aprenda outras brincadeiras antigas

Gostou das sugestões de brincadeiras? É hora de colocar tudo em prática e ensinar aos filhos, os netos e criar bons momentos ao ar livre. Confira estas e outras brincadeiras antigas no canal Parabolé, no Youtube. Com 14 milhões de visualizações e mais de 60 mil inscritos, o canal também conta com uma série de vídeos com os tradicionais e famosos jogos de mãos, com o premiado filme “A Escola de Ensino Fenomenal“, a série DIY Passo a Passo e muito mais!


Nosso conteúdo foi recomendado pela editora Twinkl no material especial sobre a importância do brincar.

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